Foto: Gilberto Ferreira
No crime mais recente, Mariane de Souza Ravazi, 40 anos, foi morta nesta quarta-feira, 9, após ser perseguida e esfaqueada pelo ex-companheiro na Rua Silva Jardim
Fazia dois anos e seis meses que Santa Maria não registrava feminicídios. O último crime aconteceu em 10 de abril de 2022 na Rua Luiz Mallo, no Bairro Itararé. A estudante Luanne Garcez da Silva, 27 anos, foi morta por asfixia pelo próprio noivo, Anderson Ritzel, 26. Ele confessou o crime e disse que teria sido motivado por ciúmes.
O jovem chegou a ser preso, mas a defesa apresentou laudo psiquiátrico indicando esquizofrenia, o que o torna inimputável, ou seja, sem condições de responder judicialmente pelo crime. Atualmente, Anderson mora em Santa Catarina.
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Com o assassinato de Mariane de Souza Ravazi, 40 anos nesta quarta-feira (9), Santa Maria alcança a marca de três feminicídios desde 2020.
Feminicídios em Santa Maria nos últimos cinco anos:
- 2020 – 1
- 2021 – 0
- 2022 – 1
- 2023 – 0
- 2024 – 1*
- Total - 3
*Até 9 de outubro
Em 23 de março de 2020, a jovem Andressa de Borba Agnes, 26 anos, foi vítima de feminicídio. Ela foi morta a tiros na Rua Nércio de Oliveira, conhecido como Beco do Beijo, no Bairro Camobi. O crime teria sido cometido pelo próprio irmão da vítima.
Tentativas cresceram em 2024
As estatísticas indicam um pequeno aumento dos crimes contra a vida de mulheres em Santa Maria. No primeiro semestre de 2024, houve três tentativas de feminicídio, uma a mais do que no mesmo período do ano passado.
Outros crimes contra mulheres, como ameaça, estupro e lesão corporal, tiveram redução em comparação a 2023. A maior queda foi no crime de estupro. Houve 23 registros no primeiro semestre, contra 43 no ano passado, redução de 46,5%. Os números são da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A delegada Elizabete Shimomura revela um dado preocupante: a polícia tem percebido um aumento na violência contra as mulheres na cidade.
– Há um aumento considerável de ocorrências e, paralelo a isso, há um aumento enorme de prisões preventivas e em flagrante. Nos último três meses, temos prendido inúmeros indivíduos, principalmente por descumprimento de medida protetiva. E isso nos dá o alerta de que é preciso ter um olhar mais cuidadoso para esses casos – diz a titular da Delegacia da Mulher de Santa Maria.
*Colaborou Pablo Iglesias
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